sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

COM O PLANO DIRETOR NAS MÃOS E OS PÉS NO CHÃO

Em seu artigo 182, a Constituição Federal, prevê que a “política de desenvolvimento urbano, executado pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes”. Para sua regulamentação foi aprovada em 2001 a lei 10.257, mais conhecida como o Estatuto das Cidades, que determina a elaboração do Plano Diretor para municípios com mais de 20 mil habitantes.
Foi no ano 2008 que Paracuru vivenciou um dos mais longos processos de construção coletiva de um documento, o Plano Diretor de Paracuru (PDP). Foram 08 (oito) meses de trabalho que envolveu a sociedade civil e poder público em discussões e proposições para uma cidade mais ordenada.
O processo iniciou com um fórum que reuniu mais de 100 (cem) representatividades no auditório da Secretaria de Educação com o objetivo de eleger o Comitê de acompanhamento da elaboração do PDP.
A elaboração do PDP contou com um diagnóstico realizado pela empresa Espaço Plano, oficinas temáticas (meio ambiente, economia) e fóruns de discussões. Os fóruns eram momentos de aprovação ou não das propostas apresentadas nas oficinas e empresa.
Representantes, que hoje participam da “Nós da Rede”, estavam lá: no Comitê, nas oficinas e nos fóruns. Estavam cá: ouvindo suas comunidades, estudando os tomos apresentados pela Espaço Plano.
Mas nas duas últimas etapas, a sociedade civil ficou de fora...
De acordo o Ministério do Turismo, as duas últimas etapas consistiam em aprovação pela Câmara de Vereadores e divulgação dos documentos para a cidade.
O PDP foi aprovado pela Câmara dos Vereadores de Paracuru, na calada da noite, quase véspera de Natal, no silêncio, bem longe dos olhares e ouvidos da sociedade civil.
Um ano (2009) foi o tempo de busca da “Nós da Rede” junto ao poder executivo, especificamente a Secretaria de Turismo, por este PLANO que tem a voz e o suor do povo. Somente no Ministério Público conseguimos achar um cópia deste documento que deveria estar na Biblioteca e nas diversas secretarias.
Mas, estranho é saber que durante todo o ano empresários de diversos locais do mundo tinham acesso ao PDP tão inacessível à sociedade civil paracuruense...
É importante considerar que como o documento foi elaborado de forma coletiva, compreendendo que diversos segmentos da cidade estavam envolvidos no processo, inclusive os vereadores, representantes do povo, a sua análise na Câmara dos Vereadores deveria caminhar para sua aprovação total, não havendo permissão para alterações de artigos. Caso houvesse algum artigo a ser alterado o PDP deveria ser desaprovado em sua totalidade.

Será que era uma vez um lote de 7m de frente... E NÃO era uma vez um lote de 10m de frente?

Bom, o PDP está em nossas mãos e é com pé no chão, como estivemos durante todo o processo de construção deste documento, que estamos analisando artigo por artigo para confirmar sua veracidade ou não.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Saúde: questão de consciência

(ROBERTO MANGABEIRA UNGER)

É por falta de dinheiro que o SUS, um sistema excelente em seu conceito e arcabouço institucional, fica muito aquém do programado

DUAS QUESTÕES são centrais para a saúde. A primeira é o financiamento do sistema público, o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecido pela Constituição Federal de 1988. Trata-se de um dos maiores avanços jamais conquistados em matéria de políticas públicas na história do Brasil: o compromisso de assegurar acesso universal à saúde de qualidade.
O SUS, porém, nasceu com defeito de origem. No momento de sua criação, viu destroçada sua base de financiamento. Desvinculou-se a saúde da Previdência sem que se criasse fonte alternativa para financiá-la. Desde então, capenga de um remendo para outro. É por falta de dinheiro, não apenas por falha de gestão, que esse sistema excelente em seu conceito e arcabouço institucional fica muito aquém do programado.
Se a primeira questão é o financiamento, a segunda é a injustiça. Há dois mundos da saúde no Brasil. Um, para cerca de 20% da população, é o mundo dos planos privados. Na média, propicia um serviço de saúde equivalente em qualidade ao de um país europeu relativamente pobre, como a Grécia. O outro, para os restantes 80% da população, é o mundo dos que só têm o SUS. Oferece muito menos, não só por defeito de ideia ou mesmo de gestão, mas também e sobretudo por insuficiência de recursos.
O gasto per capita em saúde no primeiro desses dois mundos é pelo menos três vezes o gasto per capita no segundo. Boa parte desse gasto, porém, é financiado, direta ou diretamente, pelo Estado brasileiro, de muitas maneiras que se reforçam.
O mecanismo mais importante é o perdão fiscal: dedução tributária para quem paga os planos privados e para as instituições filantrópicas significa o mesmo que financiar o sistema privado com dinheiro do Tesouro.
A injustiça encarnada na relação entre esses dois mundos da saúde se traduz em desigualdades de vida e morte, de alívio e sofrimento. Desonra e enfraquece o Brasil.
A elite reformadora e republicana que criou o SUS, e que zela por sua integridade, entende que só se deve abordar o segundo problema -o da injustiça- depois de equacionar o primeiro problema -o do financiamento. Grave equívoco.
A única maneira eficaz de resolver ambos os problemas é inverter a sequência. Jamais resolveremos o problema do financiamento enquanto não enfrentarmos primeiro, não depois, o problema da injustiça.
Enquanto a minoria puder separar a sua sorte da sorte da maioria, separará. O apelo à consciência será fraco demais para derrotar a aliança do egoísmo com a desesperança. Não quer dizer que se deva solapar o mundo dos 20% para soerguer o mundo dos 80%. Significa, isto sim, que se deve começar a organizar o entrelaçamento progressivo dos dois mundos para, com isso, obrigar os 20% a ajudar os 80% em interesse próprio. A estratégia para resolver é abrir vasos comunicantes entre os dois mundos.
Algumas medidas, relativamente simples, ainda que politicamente controvertidas, marcariam o início dessa caminhada.
Uma primeira medida é começar a diminuir o perdão fiscal: por exemplo, para dois terços do valor atual. Para cada R$ 2 de dedução de Imposto de Renda para pagar os planos privados, R$ 1 -o real poupado para o Tesouro pelo novo sistema- seria usado para financiar o SUS. Uma segunda medida é exigir que qualquer uso do sistema público pelos segurados dos planos privados seja ressarcido por estes ao Estado pelo critério do custo real. Uma terceira medida seria condicionar o acúmulo de capital e de tecnologia nos hospitais privados, quase sempre na base de subsídio do Estado ou de incentivo fiscal, à exigência de dedicar parte do tempo ao atendimento gratuito de usuários do SUS.
A quarta medida é promover a organização de unidades, ao mesmo tempo de pesquisa e de atendimento de ponta, que juntem o setor público ao terceiro setor -os hospitais universitários ou autenticamente filantrópicos, que representam, em grande parte do mundo, o que há de mais avançado em medicina. As classes endinheiradas têm fome ilimitada pela medicina mais sofisticada que houver -afinal, todos, ricos e pobres, querem vida eterna. Não se lhes deve permitir satisfazer o anseio sem que todos o possam compartilhar.
Criadas brechas nas muralhas que hoje separam, em matéria de saúde, o mundo dos 20% do mundo dos 80%, surgirão pela primeira vez condições para colocar o refinanciamento do SUS no topo da agenda nacional. A minoria terá motivos para lutar pela melhoria da situação da maioria. As conveniências se aliarão às consciências para tornar a pobreza no Brasil menos mortífera do que ela é hoje.

(Artigo publicado na Folha de São Paulo de domingo 24/01)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

SANEAMENTO BÁSICO

Plano de Saneamento Básico Participativo

Elabore o Plano de Saneamento de sua cidade e contribua para melhorar a saúde e o meio ambiente do local onde você vive!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

CRIMINALIZAR E PUNIR

"No Brasil, a luta por direitos sempre foi tratada como crime. Que o digam índios, escravos, camponeses, trabalhadores das cidades, moradores de periferias e favelas, mulheres... Ainda hoje, para acumular terras e poder, velhas oligarquias usam jagunços, depois os capitães do mato - polícias -, e finalmente comparecem ou enviam os filhos - como prefeitos, legisladores, promotores e juízes - para assegurar impunidade"
(Rogério Lannes Rocha - Coordenador do Programa RADIS em editorial do No. 84 de Agosto de 2009 da revista RADIS Comunicação em Saúde)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Aniversário do Conjunto Nova Esperança

O presidente da Associação Comunitária do Conjunto Nova Esperança convida a todos para participarem das comemorações de aniversário do bairro.
O evento acontecerá dia 30 de Janeiro a partir das 18h próximo à Casa da Família, localizada no bairro.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Minha casa, Minha Vida

Com a liberação de mais de três bilhões de reais para a execução do Programa Minha Casa, Minha Vida em municípios com menos de 50 mil habitantes, realizada hoje, pelo presidente Lula e o ministro da cidades Marcio Forte, Paracuru fica contemplado a partir de proposição enviada pelo Goveno do Estado do Ceará.
Segundo informações do blog DasPalavraseDasCoisas serão destinadas para cá 60 unidades habitacionais, totalizando 900 mil reais.
Fique por dentro.

NOTA - MST do Pará

NOTA DO MST-PA SOBRE REPORTAGEM DA REVISTA VEJA

1-O MST do Pará esclarece que não tem nenhuma fazenda ocupada no município de Tailândia, como afirma a reportagem da Revista Veja “Predadores da floresta” nesta semana. Não temos nenhuma relação com as atividades nessa área. A Veja continua usando seus tradicionais métodos de mentir e repetir mentiras contra os movimentos sociais para desmoralizá-los, como lhes ensinou seu mestre Joseph Goebbels. A reportagem optou por atacar mais uma vez o MST e abriu mão de informar que o nosso movimento não tem base social nesse município, dando mais um exemplo de falta de respeito aos seus leitores.
2-A área mencionada pela reportagem está em uma das regiões onde mais se desmata no Pará, com um índice elevado de destruição de floresta por causa da expansão do latifúndio e de madeireiras. Em 2007, a região de Tailândia sofreu uma intervenção da Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal, e latifundiários e donos de serrarias foram multados pelo desmatamento. Os madeireiros e as empresas guseiras estimulam o desmatamento para produzir o carvão vegetal para as siderúrgicas, que exportam a sua produção. Por que a Veja não denuncia essas empresas?
3-Na nossa proposta e prática de Reforma Agrária e de organização das famílias assentadas, defendemos a recuperação das áreas degradas e a suspensão dos projetos de colonização na Amazônia. Defendemos o “Desmatamento Zero” e a desapropriação de latifúndios desmatados para transformá-los em áreas de produção de alimentos para as populações das cidades próximas. Também defendemos a proibição da venda de áreas na Amazônia para bancos e empresas transnacionais, que ameaçam a floresta com a sua expansão predatória (como fazem o Banco Opportunity, a Cargill e a Alcoa, entre outras empresas).
4-A Veja tem a única missão de atacar sistematicamente o MST e a organização dos camponeses da Amazônia, para esconder e defender os privilégios dos verdadeiros saqueadores das riquezas naturais. Os que desmatam as florestas para o plantio de soja, eucalipto e para a pecuária extensiva no Pará não são os sem-terra. Esse tipo de exploração é uma necessidade do modelo econômico agroexportador implementado no Estado, a partir da espoliação e apropriação dos recursos naturais, baseado no latifúndio, nas madeireiras, no projeto de exportação mineral e no agronegócio.
5-Por último, gostaríamos de comunicar à sociedade brasileira que estamos construindo o primeiro assentamento Agroflorestal, com 120 famílias nos municípios de Pacajá, Breu Branco e Tucuruí, no sudeste do Estado, em uma área de 5200 hectares de floresta. Nessa área, extraímos de forma auto-sustentável e garantimos renda da floresta para os trabalhadores rurais, que estão organizados de maneira a conservar a floresta e o desenvolvimento do assentamento.
DIREÇÃO ESTADUAL DO MST DO PARÁ



Marabá, 12 de janeiro de 2010

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Plano Municipal de Saúde

Será levado amanhã (12/01) para apreciação do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Paracuru, o Plano Municipal de Saúde que foi elaborado pela Secretaria de Saúde em conjunto com a sociedade civill no dia 16 de abril de 2009.
Após nove meses para formatação o Plano vai para discussão e aprovação do CMS.
A reunião acontecerá às 8h no Núcleo de Educação em Saúde e Mobilização Social, próximo à rádio Moriá AM.